As ocupações com cerca de 3.000 famílias em Trancoso, distrito de Porto Seguro, são defendidas pelos líderes dos movimentos de luta pela terra, que afirmam haver uma forte pressão por moradia popular na região. Segundo reportagem da Agência Folha Press, publicada no Bahia Notícias e reproduzida pelo Radar 64, Ao todo, quatro assentamentos foram erguidos desde 2020 em fazendas nos arredores de Trancoso e acirraram tensões na região, resultando em protestos e em sucessivos bloqueios de estradas.
Coordenador regional do Movimento Resistência Camponesa, Andro Ribeiro de Almeida afirma que existe uma forte demanda por moradia na região, mas a especulação imobiliária e o avanço do turismo de luxo fazem com que as terras tenham preços proibitivos para os mais pobres. “O fato é que quem é mais pobre não consegue viver em Trancoso. Como uma pessoa que vem para cá para trabalhar vai conseguir pagar R$ 1.500 em uma quitinete? Por isso as ocupações começaram. Ninguém gosta de morar embaixo de lona, mora porque precisa”, afirma.
As primeiras ocupações na região começaram em 2020 na fazenda Mirante Rio Verde, área de 12 hectares que fica dentro de uma área de proteção ambiental. Depois, se espalharam por outros três terrenos, um deles próximo a área onde está sendo construída uma unidade do Hotel Fasano. O vice-prefeito Paulo Cesar Onishi (União Brasil), conhecido como Paulinho Toa Toa, disse ao jornal Folha de S.Paulo que a ocupação das terras é um movimento orquestrado de caráter político e que a maioria das famílias instaladas na região é de fora de Porto Seguro.
Almeida diz que é maioria dos moradores é da própria região e que as famílias que vêm de outras cidades trabalham ou estão em busca de empregos em Trancoso, que tem pujança econômica.