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Homens armados invadem aldeia indígena em Belmonte e disparam tiros contra a casa da Cacica Cátia Tupinambá.

Publicado por: admin em 24 de novembro de 2022

A Aldeia Patiburi, situada na margem esquerda do Rio Jequitinhonha, nas proximidades do distrito de Boca do Córrego, sofreu mais um atentado na madrugada desta quarta-feira (23/11), onde homens armados invadiram a comunidade indígena Tupinambá e efetuaram disparos de arma de fogo ao redor da casa da Srª Maria do Carmo Quirino de Almeida, a Cacica Cátia. As forças policiais foram acionadas, fizeram rondas no local, mas os agressores não foram encontrados. Os ocupantes da residência não foram atingidos pelos disparos. A líder indígena vem sendo ameaçada, já foi incluida no Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) e se desloca protegida por escolta policial desde 2017.

A ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia, Deputada Estadual Neusa Cadore, se manifestou em suas redes sociais e pediu apoio à comunidade Tupinambá de Belmonte.

Histórico do conflito.

O motivo das ameaças à Cacica Kátia é a disputa da área, onde está situada a Aldeia Patiburi, entre fazendeiros e indígenas. O conflito se iniciou em 2001, ano em que os Tupinambás fizeram a retomada da Fazenda Timiquim e começaram a reivindicação daquelas terras. Em 2004 os fazendeiros conseguiram a Reintegração de Posse e os índios foram retirados da fazenda, mas voltaram a ocupar as terras em 2005 recomeçando o conflito.

Durante esse tempo os indígenas foram acusados pelos fazendeiros de colocar fogo em fazendas de cacau e diversos outros delitos, mas ações judiciais não tiveram sucesso. Nesse período também se iniciaram as ameaças e os atentados contra a vida da liderança indígena Cacica Kátia. Em maio de 2015, criminosos atearam fogo nas casas da aldeia

Um Estudo Antropológico e Circunstancial de Identificação e Delimitação publicado em 2013 reconheceu que a posse da terra pertencia aos Tupinambás de Belmonte, mas a demarcação da área pela Fundação Nacional de Assistência ao Índio (FUNAI) nunca aconteceu. A posse também já foi reconhecida pela Justiça que determinou a demarcação e a União está sendo punida com multa diária pelo não cumprimento da ordem judicial.

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