Finaliza o ano de 2022 e o conflito entre o Prefeito Bebeto Gama e os professores da rede pública municipal de Belmonte está longe de terminar. A última esperança ocorreu em uma reunião entre o gestor e os diretores da APLB/Sindicato ocorrida na casa do Prefeito, onde o mesmo, segundo os dirigentes do sindicato, demonstrou interesse em resolver o impasse e colocou o Secretário Municipal de Educação, Glauber Façanha, para negociar com a categoria.
Diante da iniciativa do gestor, a categoria decidiu flexibilizar as cobranças e propôs que a gestão municipal pagasse apenas o retroativo referente aos meses de outubro e novembro do Piso Nacional do Magistério de 33,24%. Em troca, o Prefeito Bebeto Gama se comprometeria a pagar o reajute de 14% do Piso Nacional do Magistério previsto para o próximo ano, já no mês de Janeiro. O Prefeito Bebeto Gama consultou os seus advogados de Salvador e não aceitou o acordo com a categoria e ainda exige que os professores reponham os 51 anos letivos que não tiveram aulas por causa das greves e paralisações que ocorreram nesse ano. Segundo a APLB, a Secretaria de Educação até já preparou o calendário de reposição sem negociar os direitos da categoria.
Em assembleia, os professores decidiram que, por enquanto, não irão repor os dias letivos porque a Justiça não se pronunciou pela ilegalidade do movimento grevista e nem deu nenhuma decisão no processo que o sindicato move contra a Prefeitura de Belmonte, onde o gestor não compareceu à audiência de consciliação e nem apresentou a sua defesa. Quanto à justificativa de não ter dinheiro, a APLB/Sindicato rebate dizendo que os repasses federais do FUNDEB aumentaram na proporção que dá para efetuar o pagamento do reajuste. A categoria também aponta que a Prefeitura de Belmonte tem registrado excessos de arrecadação que poderiam ser usados para garantir os direitos dos professores previstos em Lei Federal.