Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram retirados da sede da Prefeitura de Santa Cruz Cabrália, no sábado (11), por policiais do 8º Batalhão da Polícia Militar (8º BPM). Apesar do uso da força policial, a desocupação ocorreu de forma pacífica. A reintegração de posse do prédio, invadido na última segunda-feira (6) por cerca de 80 manifestantes, entre eles mulheres e crianças, havia sido autorizada pela Justiça na terça-feira (07/02). No entanto, desrespeitando a ordem judicial, os sem-terra se recusaram a deixar o local até que suas reinvindicações fossem atendidas pelo prefeito.
FORÇA POLICIAL – Diante da negativa dos manifestantes de saíram do prédio de forma voluntária, a juíza da 1ª Vara de Santa Cruz Cabrália, Tarcísia de Oliveira Fonseca Elias, determinou, na sexta-feira (10), que fosse requisitada uma equipe policial ao comando do 8º BPM, “devendo ser usada toda a força necessária a fim de dar cumprimento imediato ao mandado de reintegração de posse”.
Também foi ordenada a condução coercitiva, à delegacia, de seis lideranças do movimento e de todas as pessoas que resistissem ao cumprimento da desocupação da prefeitura, para instauração de inquérito policial por crime de desobediência. Segundo a juíza, “a invasão da sede do poder público municipal prejudica a todos, impedindo a realização de serviços essenciais como saúde e educação, pois a espinha dorsal da máquina pública ali se encontra”.
CONSELHO TUTELAR – A juíza mandou, ainda, que o Conselho Tutelar fosse acionado para verificar as condições de crianças e adolescentes que ficaram acampados no prédio da prefeitura e averiguar sua situação de matrícula e frequência escolar.
LÍDERES ABANDONARAM SEM-TERRA – Segundo a prefeitura de Cabrália, as lideranças do MST que comandaram a invasão ao prédio público desapareceram do local desde quinta-feira (9), deixando sob a própria sorte dezenas de crianças, jovens, adultos e idosos. A prefeitura precisou disponibilizar dois ônibus e uma caçamba para levar os sem-terra e seus apetrechos, entre eles colchões, panelas, fogões, botijões de gás, bandeiras e caixas de som.
A prefeitura informou que foi surpreendida pela recusa dos manifestantes em desocupar o local na terça-feira, conforme determinado pela Justiça, já que o prefeito Agnelo Santos havia se comprometido a receber representantes do MST de forma organizada.