Belmonte acabou de perder um grande ícone conhecido internacionalmente por suas obras feitas com a argila tirada das margens do Rio Jequitinhonha. Infelizmente estamos falando da artesã de quase 90 anos de idade, Dagmar Muniz de Oliveira, que chamou a atenção do mundo e foi a maior representante da arte belmontense. Segundo informações, a idosa foi vítima de complicações de saúde causadas pela idade avançada.
Reconhecida por seus gigantes vasos de argila, a artesã belmontense encantou o mundo na 8ª edição do DW! 2019, considerado o maior festival urbano de designer da América Latina, na qual participou na companhia do, então Secretário de Cultura e Turismo Herculano Assis. Dagmar também recebeu em sua olaria diversas visitas de acadêmicos e pessoas famosas, entre elas, o apresentador Rodrigo Hilbert, apresentador do “Tempero de Família” da GNT.
A ilustre belmontense também foi tema do documentário “Dagmar, Filha do Barro”, mostrado no 37º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Uma das obras de Dona Dagmar, a “cadeira-pote”, atualmente faz parte do acervo de 31 cadeiras do MUCA (Museu das Cadeiras de Belmonte). Nossa equipe conversou com o ex-secretário Herculano Assis, um dos idealizadores do Museu e apaixonado pelas obras da artesã, onde o mesmo se mostrou muito triste com sua partida. “Belmonte sem a presença de Dona Dagmar, será uma outra Belmonte. Uma grande perda para a nossa cidade e para o mundo.” – Comentou Herculano.
Dagmar também foi a artesã que fez a panela de barro da “Maior Moqueca do Mundo”, na gestão do ex-prefeito Iêdo Elias, com parceria da empresa Veracel Celulose. Nesta panela foram utilizados 800 quilos de peixe (Dourado e Guaiúba), 100 quilos de tomate, 40 quilos de Cebola, 30 quilos de pimentão, 25 litros de leite de côco, cinco litros de azeite de dendê e 50 molhos de coentro. Todos os ingredientes contaram com a preparação da Chef Mônica Oumatu. Nesta época Belmonte fazia parte do Festival Gastronômico da Costa do Descobrimento.