No último final de semana, uma operação coordenada entre o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) e a Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA/PS) foi realizada nos municípios do Sul e Extremo Sul da Bahia, visando fiscalizar o defeso do Caranguejo-Uçá, nos principais pontos de extração e fornecimento comercial desse crustáceo. Os municípios de Canavieiras, Valença, Guaimbi, Porto Seguro, Ilhéus e Belmonte foram alvo das ações de fiscalização. Apesar dos alertas sobre o período de defeso, foram identificadas atividades ilegais de extração e comercialização de caranguejos-Uçá. Diversas cordas do crustáceo foram apreendidas, sendo extraídas por pescadores nos rios ou comercializadas em estabelecimentos locais.

Em Belmonte, uma equipe de fiscalização formada por policiais militares da CIPPA/PS e fiscais do ICMBio subiram o riacho do Passuí e interceptaram quatro catadores artesanais que estavam extraindo ilegalmente o Caranguejo-uçá. Os catadores alegaram não ter conhecimento do tempo de defeso, foram orientados e tiveram os crustáceos recolhidos apreendidos, bem como, os sacos que serviriam para acondicionamento dos caranguejos. Em Porto Seguro, as ações em conjunto aconteceram com a participação da CIPPA/PS, INEMA e Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Causa Animal, onde foram apreendidos e devolvidos para o seu habitat 100 caranguejos-uçá.

Durante as operações, as equipes também desmantelaram viveiros ilegais nos municípios de Guaimbi e Valença, onde 210 guaiamuns, espécie ameaçada de extinção, estavam sendo criados. Comerciantes ilegais de guaiamuns também foram identificados no Centro de Distribuição e na entrada do Bairro Teotônio Vilela em Ilhéus. A extração e comercialização do Guaiamum estão proibidas, exceto em áreas que empregam o manejo sustentável, como a Reserva Extrativista (RESEX) de Canavieiras. Todos os caranguejos-Uçá e guaiamuns apreendidos foram devolvidos ao seu habitat natural. Além disso, as pessoas e estabelecimentos flagrados foram autuados por fiscais do IBAMA, INEMA e ICMBio.