Após seis anos de portas fechadas, o Museu Indígena Pataxó, localizado na Aldeia Coroa Vermelha, reabriu suas portas com a emocionante exposição temporária “Ãbakohay ūg kahab: memória e viver Pataxó”. Este renascimento marca um capítulo significativo na preservação do patrimônio cultural, após o abandono ocorrido após os eventos do 500º aniversário do “Descobrimento” do Brasil em 2000. A reinauguração não só simboliza um resgate cultural, mas também faz parte de um projeto mais amplo de valorização patrimonial que teve início na década de 1990. O professor Pablo Antunha Barbosa, do Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Sul da Bahia (CFCHS/UFSB), destaca que esta iniciativa foi possível graças a investimentos do setor privado e dos governos federal e estadual, visando impulsionar o turismo de massa na região.

A exposição, fruto do esforço coletivo e do projeto de extensão da UFSB, foi desenvolvida em parceria com a Associação dos Comerciantes do Parque Indígena da Aldeia de Coroa Vermelha. Sob a liderança dos artistas Arissana Pataxó e Oiti Pataxó, a equipe curatorial buscou explorar aspectos significativos da história e identidade Pataxó. A exposição questiona como o povo Pataxó elabora suas auto narrativas e destaca a importância dessas narrativas no contexto de suas lutas políticas. A comunidade acadêmica e o público em geral são convidados a visitar este renovado espaço de memória. O Museu Indígena Pataxó oferece perspectivas alternativas à narrativa hegemônica do “Descobrimento do Brasil”, priorizando as memórias dos povos indígenas, afro e outras populações tradicionais da região.

Imagens e fotos: Site Radar News