No início deste ano eleitoral, a Câmara de Vereadores de Belmonte entrou em um preocupante estado de ostracismo. Durante o primeiro semestre de 2024, os vereadores eleitos para representar o povo têm negligenciado suas obrigações, deixando de trabalhar e justificar os salários que recebem. Mesmo com seus mandatos ainda vigentes, a atividade legislativa na Câmara foi reduzidas e as sessões que antes duravam até uma hora com debates ferrenhos, nos últimos tempos tinham sido reduzidas para entre 15 e 30 minutos. Nesse meio tempo ainda houve sessões canceladas por falta de quórum, demonstrando uma clara falta de comprometimento dos parlamentares.
Os resultados das poucas sessões realizadas foram insignificantes, com a única votação de relevância sendo a da Lei de Diretriz Orçamentária. Questões polêmicas, como o aumento dos salários dos vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais para o próximo ano, parecem ter sido estrategicamente postergadas para após as eleições municipais, evitando assim desgastes políticos. A tribuna, antes palco de intensos debates entre oposição e apoiadores do Prefeito Bebeto Gama, agora se tornou um espaço monótono, sem discussões relevantes. Até mesmo os apoiadores do prefeito evitam defender uma gestão que eles próprios já consideram fracassada.
Embora ausentes no desempenho de suas funções oficiais, os vereadores têm se mostrado bastante ativos em suas pré-campanhas eleitorais. Visitas a residências e eventos de promoção pessoal são frequentes, evidenciando o esforço para garantir a reeleição. No entanto, é importante que a população se lembre do desempenho destes vereadores ao longo dos últimos quatro anos. As ações e omissões durante esta legislatura deverão ser criteriosamente avaliadas no momento do voto. A expectativa é que o cenário mude após as eleições, onde os reeleitos certamente vão cantar vitória e os derrotados vão estar se despedindo da vida política para esperar por quatro anos a chance de voltar ao Legislativo.