A administração do prefeito Bebeto Gama encerra seu ciclo em Belmonte de forma conturbada, com denúncias de irregularidades financeiras e falhas na gestão pública. Os servidores municipais têm enfrentado uma série de problemas, entre eles descontos irregulares no 13º salário e o não pagamento do Piso Nacional da Enfermagem, já repassado pelo Governo Federal. A situação dos enfermeiros é particularmente grave. Apesar de o Governo Federal ter transferido os recursos necessários, a Prefeitura de Belmonte alega que um ataque cibernético teria bloqueado as senhas do município no INVESTSUS, aplicativo utilizado para gerenciar verbas da saúde. Uma nota emitida pela gestão afirma que um Boletim de Ocorrência foi registrado, mas não estabelece prazo para a regularização dos pagamentos. Enquanto isso, os profissionais seguem sem o direito garantido pelo piso salarial, aguardando uma solução incerta.
Os problemas, no entanto, não se restringem à enfermagem. Todos os servidores municipais receberam seus 13º salários com descontos de quase 13%, em uma manobra que excluiu benefícios como quinquênios e insalubridade, pagando apenas o salário-base. A medida gerou indignação, sendo considerada por muitos como uma “contabilidade criativa” que penaliza os trabalhadores no momento mais delicado do ano. Especialistas em finanças públicas alertam que o cenário pode piorar. Há receios de que o prefeito deixe o problema para seu sucessor, Iêdo Elias, que enfrentará o desafio de ajustar as contas e honrar os compromissos deixados pela administração atual. Enquanto isso, os servidores municipais já vivem as consequências de um fim de ano apertado, marcado por incertezas e falta de apoio da gestão. A insatisfação com Bebeto Gama não é novidade, mas os acontecimentos recentes reforçam a percepção de desorganização e falta de compromisso com os trabalhadores e com a transparência na administração pública. O desfecho deste mandato levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão e deixa um legado preocupante para Belmonte.