A preocupação tem crescido entre os produtores de cacau da zona rural do distrito de Barrolândia, em Belmonte, devido ao avanço de uma praga que pode causar grandes prejuízos. Identificada como Murcha de Ceratocystis ou Mal do Facão (Ceratocystis fimbriata), a doença está se espalhando rapidamente entre os cacaueiros da região. Nesta sexta-feira (31), um produtor entrou em contato com a nossa reportagem e enviou imagens e vídeos que evidenciam a gravidade do problema. De acordo com ele, a disseminação do fungo tem ocorrido de maneira acelerada, ameaçando a produção local, que já sofre com os impactos da vassoura-de-bruxa.
O Mal do Facão é uma doença fúngica que compromete a vitalidade dos cacaueiros, causando murcha, amarelecimento e secagem de galhos ou até mesmo da planta inteira. A infecção ocorre através de ferimentos na planta e pode ser disseminada por insetos da espécie Xyleborus spp. No Brasil, os primeiros registros da doença ocorreram em 1978, em Rondônia, e posteriormente na Bahia, em 1997, atingindo viveiros de enxerto. Em 1998, já havia sido detectada em cacaueiros adultos.
A praga não afeta apenas o cacau, mas também outras culturas importantes como coco, café, seringueira, batata-doce, manga, cássia, crotalária e mamona, demonstrando seu alto poder destrutivo e de propagação. Diante da gravidade da situação, especialistas recomendam medidas de manejo para controlar a doença e evitar sua expansão. Entre as principais orientações estão:
A ameaça do Mal do Facão pode representar um duro golpe para os produtores de cacau de Barrolândia, que já enfrentam desafios com outras doenças que afetam a produtividade. A esperança é que, com a adoção de medidas preventivas, seja possível minimizar os impactos dessa praga sobre a economia cacaueira local.