Em meio aos desafios enfrentados pelos profissionais da educação municipal de Belmonte nos últimos anos, um feito histórico marca 2024: o município conquistou o Selo Prata do Compromisso com a Alfabetização, concedido pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA). O reconhecimento nacional destaca o esforço incansável dos educadores locais, que, mesmo diante de um cenário de abandono e desvalorização por parte da gestão do prefeito Bebeto Gama, continuaram comprometidos com a qualidade da alfabetização infantil.
Desde o início da gestão, em 2021, os professores enfrentam condições de trabalho adversas, com salários congelados e perseguições políticas relatadas por diversos profissionais. O que deveria ser um mandato focado em promover avanços estruturais e pedagógicos acabou por deixar a educação em segundo plano, mesmo com promessas eleitorais de “investimento pesado no setor”. Essa negligência, no entanto, não impediu os educadores de manterem seu propósito, garantindo que as crianças belmontenses recebessem uma educação de qualidade.
O Selo Prata, uma das mais altas honrarias do CNCA, é concedido a municípios que alcançam avanços significativos na alfabetização infantil. É um prêmio fruto de práticas pedagógicas eficazes e da dedicação de coordenadores, gestores e, sobretudo, dos professores que regaçaram as mangas para suprir a ausência de apoio da gestão municipal. Curiosamente, no final de sua gestão, o prefeito Bebeto Gama lançou um “Selo de Compromisso pela Alfabetização Municipal”, em que buscou premiar escolas e docentes por práticas e resultados que ele mesmo ignorou durante os últimos quatro anos. A iniciativa, vista por muitos como um ato de cinismo político, tenta capitalizar em cima dos resultados obtidos pelos educadores, sem jamais reconhecer ou valorizar o esforço dessas equipes durante o mandato.
As escolas premiadas pelo “Selo de Compromisso Municipal” foram avaliadas com base no número de medalhistas obtidos em competições pedagógicas. No entanto, esse reconhecimento tardio não apaga as dificuldades enfrentadas pela categoria, como a ausência de reajuste salarial e investimentos estruturais prometidos. O ato, amplamente criticado, soa mais como uma tentativa de alavancar a imagem da gestão às vésperas de um encerramento marcado por insatisfação popular.