A última quarta-feira (04/08) foi dia de festa para os integrantes da Loja Maçônica União & Sigilo de Belmonte, onde foram comemorados os 90 anos de fundação da Maçonaria belmontense. Ao lado das duas Filarmônicas centenárias, A Loja Maçônica figura como uma das instituições mais antigas do município de Belmonte e da Bahia. Diante da importante data, a equipe do site Belmontenews decidiu fazer uma homenagem aos seus integrantes e contar um pouco da história do desenvolvimento dessa importante entidade que, dentro do sigilo, tem influenciado na história da cidade no sentido do desenvolvimento da sociedade belmontense dentro da fraternidade universal. Confira abaixo:
A história da Maçonaria em Belmonte foi iniciada na primeira sessão da Loja União & Sigilo realizada na data de 28/05/1931, ocorrida em algum prédio localizado na antiga Praça Dr. José Teixeira de Freitas, atual Praça da Matriz, sendo fundada oficialmente em 04/08/1931 e federada ao Grande Oriente do Brasil, tradicional instituição, sob cuja direção as lojas maçônicas se associam. Quatro, dos dez fundadores, já tinham sido iniciados na Loja “União & Caridade, do município de Canavieiras. Os integrantes da entidade passaram a se reunir na atual sede, situada na antiga Av. Antônio Muniz, atual D. Pedro II, em novembro de 1931, de início, alugando o prédio, que antes era uma escola. A atual sede tinha sido adquirida anteriormente pelo, na época, intendente Municipal, coronel e maçom Alfredo Mattos, posteriormente pelo Coronel José Francisco de Souza e pelo maçom Justino Garcia.
José Ramos de Andrade, rábula (profissional que advogava sem ser formado em direito), com passagem no legislativo municipal, foi quem primeiro presidiu os trabalhos, juntamente com os irmãos maçons Douglas White e Mário Maria de Andrade. Douglas José White viria ser o primeiro venerável eleito em 15/10/1931, compondo sua diretoria com José Ramos de Andrade (1º vice-presidente), Alberto Barbosa de Mattos (2º vice-presidente), Arthur Vieira(Orador), Manoel Evangelista de Brito (Secretário), Raul Barbosa (Tesoureiro) e Mário Maria de Andrade(Chanceler). Depois de alugada por alguns anos, os irmãos da nova loja se uniram em doações e acabaram comprando o prédio na mão do irmão Justino Garcia pelo valor de C$20.0000, em dezembro de 1933, durante a presidência do Venerável José da Costa Pinto Dantas, conhecido médico e prefeito da cidade(1947-1948), que hoje dá nome ao único hospital de Belmonte.
A Loja esteve adormecida de 1938 a 1949, época em que várias lojas fecharam seus templos devido à perseguição da ditadura do Estado Novo implantada por Getúlio Vargas. Em 02 de julho de 1964 a União e Sigilo ajudou a fundar o Grande Oriente Estadual da Bahia, uma associação responsável para dirigir as lojas do estado, fortalecendo assim a Federação Grande Oriente do Brasil. Em 1968, a União e Sigilo fundou a Loja 16 de Julho, de Itapebi, e em 2010, a Loja O Esquadro, em Porto Seguro. O prédio em anexo da Loja belmontense fora construído na segunda metade do século XX com apoio dos maçons e sob a administração do maçom Ângelo Victor. O venerável Ângelo Victor de Oliveira Filho e Elias José Elias alcançaram a marca de 50 anos ininterruptos de maçonaria, que os agraciou com a medalha D. Pedro I, pelos relevantes serviços prestados à Ordem.
Ao lado das centenárias filarmônicas de Belmonte, a Loja União e Sigilo é umas das mais antigas instituições da cidade, umas das sete lojas mais antigas da Bahia e teve sua história marcada nos anos 30 com membros oriundos da política, cacauicultores, comerciantes e profissionais liberais, sempre trabalhando no seu templo os nobres ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, sem impor uma verdade e sem querer ser baluarte da moralidade. A partir dos anos 90 e início dos anos 2000, com a crise financeira da região cacaueira, a Loja enfrentou grandes dificuldades, com seguidas crises no seu quadro de obreiros, com dificuldades financeiras, tendo que recorrer à renovação do quadro para manter suas colunas de pé. Nos anos 2000, a partir do mandato do agricultor Gilberto Oliveira, em 2008, a Loja se reergueu e conseguiu ampliar significativamente seu quadro de obreiros. Em 2012, ainda no mandato de Gilberto Oliveira, com apoio da Prefeitura Municipal, a loja ergueu uma estrutura metálica na sua quadra social, o que lhe permitiu aumentar mais sua receita, além das colaborações dos irmãos, e com isso teve melhores condições de trabalho. A estrutura metálica fora doada pela Veracel para a prefeitura, que por sua vez doou para a loja.