As contas do governo Bebeto Gama, apesar da arrecadação de mais de R$ 29 Milhões de Reais (R$ 29.414.851,42) nos primeiros quatro meses desse ano, estão em situação crítica e desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), onde o gestor belmontense está incorrendo no mesmo erro que ele e sua equipe tanto criticou na gestão do seu antecessor e ex-amigo Janival Borges. Os dados foram apresentados no relatório da própria assessoria contábil da prefeitura, disponibilizado na Audiência Pública da última quinta-feira (26/05), onde as despesas com folha de pagamento até abril de 2022, somando os últimos 11 meses, chegou ao patamar de mais de R$ 48 Milhões de Reais (R$ 48.252.377,21) ou 59,70% da Receita Corrente Líquida de mais de R$ 80 Milhões de Reais (R$ 80.826.686,39) no mesmo período.

O problema é que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece um limite de apenas 54% da Receita Corrente Líquida citada e o que é mais preocupante é que o gestor belmontense ainda não concedeu o reajuste inflacionário de 10,06% do funcionalismo público municipal e se amarra de todo jeito para não conceder o reajuste do Piso Nacional do Magistério de 33,24%, fatores que farão as contas do município estourar e apertar o Prefeito da renovação, que pode cair na maldição dos atrasos de salários que ele tanto criticou na gestão passada. A saída apontada pelos especialistas é reduzir os custos com os 415 funcionários contratados de quase R$ 1 Milhão de Reais (R$ 933.573,63), só que, mexer nesses empregos significa mexer com uma parcela importante dos últimos apoiadores do gestor, onde alguns ainda conseguem dobrar os salários com vantagens misteriosas para falar bem do prefeito. O desgaste político, caso o gestor vá por esse caminho, pode ser avassalador em uma gestão que amarga altos índices de rejeição da população.

Questionada, Secretaria de Finanças mente e tenta colocar a culpa na gestão passada.

Nossa equipe participou da Audiência e questionou o que a gestão iria fazer para resolver o problema, onde um representante da Secretaria Municipal de Finanças usou uma desculpa vaga dizendo que assumiu o município com um índice de 68% da folha e ainda teve o reajuste do salário mínimo (Veja no recorte acima). Ainda tentando lembrar da gestão anterior, o representante ainda mencionou que no governo passado existiam 250 contratados na educação e que agora esses contratos serão reduzidos, mas nada falou da redução da folha de pagamento que já está inchada sem a adição desses contratos.

Diante da situação, fizemos um estudo e descobrimos que o representante da Secretaria Municipal de Finanças mentiu e que a gestão Bebeto Gama, na verdade, pegou o município em dezembro de 2020 com o índice de pessoal em 59,75%, conforme relatório contábil apresentado no Tribunal de Contas do Município ( Imagem Acima). Alguns especialista apontam que a promessa de reduzir contratos da educação pode trazer prejuízos para os alunos, já que, a educação dos distritos e áreas rurais precisam desses profissionais. “Muitas pessoas estão reclamando que no interior escolas estão sem profissionais para tocar as aulas, como ele vai diminuir? Ele vai ter que atacar a folha de pagamento e filtrar os contratados que realmente são indispensáveis para o município.” – Comentou um dos especialistas.

Os fatos apontam que o gestor caiu na mesma armadilha dos antecessores que tanto criticava e incorreu nos mesmos erros que dizia que não ia fazer. Vamos ver se o representante da renovação vai fazer o que precisa ser feito ou vai continuar tentando desrespeitar direitos de servidores efetivos para beneficiar alguns bajuladores pagos para falar bem do atual prefeito.