A Prefeitura Municipal de Belmonte está terminando o ano de 2022 com mais de R$ 6,5 Milhões ( (R$ 6.570.333,10) de recursos extras na educação. O valor faz parte de um universo de quase R$ 10 Milhões de Reais (R$ 9.199.082,28) obtidos através de Excesso de Arrecadação de recursos obtidos pelo município. No caso da educação, o montante foi formado pelos 25% da arrecadação e repasses de impostos que o município é obrigado a recolher (R$ 1.272.375,03), já que, entrou mais dinheiro nas contas da Prefeitura, somados com os recursos extras dos repasses do FUNDEB 70% (R$ 5.297.958,07). Apesar desse montante extra, o Prefeito Bebeto Gama optou por não repassar o repasse de 33,24% do reajuste do Piso Nacional do Magistério devido aos professores. Diante disso, o impasse com os educadores deve continuar em 2023.
Segundo as dotações orçamentárias publicadas pelo gestor, parte dos recursos foram direcionados para compor o pagamento da folha de servidores contratados (R$ 646.142,00). A outra parte, segundo as dotações, será empregada para pagar serviço de Transporte Escolar, Serviços de Consultoria, vencimentos e vantagens, diárias, serviços de informática, reformas de prédios, entre outras despesas. (Veja a dotação completa no final da matéria).
Há indícios de que a maioria desses gastos podem ter sido inchados para justificar o uso do dinheiro e não dar brecha para os professores reclamarem na justiça, já que, uma parte dessas despesas são discricionárias (a critério da gestão) e a outra parte são contratos obtidos através de processos duvidosos de Chamada Pública e Dispensas de Licitação, como é o caso do Transporte Escolar e de Serviços de Consultorias, onde os prestadores de serviço foram escolhidos por comissões alinhadas aos interesses da gestão, sem critérios claros.
Nossa equipe entrou em contato com a APLB/Sindicato e expôs os dados, onde os diretores da entidade ressaltaram que os números demonstram que esse excesso de arrecadação daria para pagar tranquilamente o reajuste e os retroativos do ano todo, com sobra de dinheiro. Os diretores sindicais ainda ressaltaram que o Prefeito Bebeto Gama fechou qualquer canal de negociação com a categoria sobre o assunto e insiste, juntamente com seus advogados de Salvador, com a tese de que não tem condições de repassar o reajuste devido aos educadores.
A APLB/Sindicato ainda informou que decidiu, em assembleia com a categoria, que só irá repor os dias letivos, do calendário de janeiro e fevereiro, mediante a uma mudança de postura do Prefeito Bebeto Gama. “Hoje nós temos como exemplo Eunápolis, onde a gestora optou pelo entendimento com os professores, os dias letivos serão repostos e a situação da educação normalizada. Estamos abertos à negociação, infelizmente não estamos vendo essa iniciativa por parte do prefeito. A justiça, até o momento, não decretou ilegalidade em nossa reivindicações. Tem recursos para pagar, como todos estão vendo.” – Comentaram os membros da diretoria,
Veja logo abaixo as dotações orçamentárias da educação: