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Fêmea jovem de harpia, a maior águia das Américas, é fotografada em Belmonte.

Publicado por: admin em 26 de abril de 2022

Um exemplar raríssimo de harpia (Harpia harpyja), a maior águia das Américas, foi fotografado próximo ao seu ninho na região do município de Belmonte, no sul baiano. A presença da ave tem imenso valor, pois a espécie corre risco e é extremamente rara na Bahia. O ninho da ave foi encontrado pelo Projeto Harpia em uma fazenda, após o filhote ter sido avistado pelos proprietários da área. O Projeto Harpia é dedicado à proteção da espécie e é apoiado pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel. A RPPN, mantida pela Veracel Celulose, é a maior reserva de Mata Atlântica do Nordeste, com 6 mil hectares, e está localizada nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, no Sul da Bahia. A RPPN. “O apoio da RPPN Estação Veracel é fundamental para o avanço das nossas atividades nas florestas da Costa do Descobrimento”, afirma Aureo Banhos, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do núcleo do Projeto Harpia na Mata Atlântica.

A harpia é nativa das florestas tropicais das Américas Central e do Sul. No Brasil, as regiões da Amazônia e da Mata Atlântica são hábitats para a espécie, que depende de grandes regiões de floresta para sobreviver e é muito sensível aos impactos sobre a natureza, principalmente o desmatamento e a caça. “A harpia é um predador de topo na cadeia alimentar. Necessita de disponibilidade de presas para sua alimentação, bem como de grandes árvores, para construção de seus ninhos”, afirma Virginia Camargos, Coordenadora de Estratégia Ambiental e Gestão Integrada da Veracel.

A harpia fotografada é uma fêmea jovem, com aproximadamente 1 ano e meio de vida. Nessa fase de amadurecimento, os filhotes voam em áreas próximas ao ninho onde estão os pais e ainda dependem de seus cuidados. Geralmente, as harpias colocam de um a dois ovos, mas apenas um sobrevive. Os pais tomam conta dele por cerca de dois a três anos, mesmo que já esteja voando e experimentando caçar sozinho. Por isso, a reprodução da harpia é lenta, o que faz com que a ave corra ainda mais risco de desaparecer. “Essa fêmea tem sido monitorada desde junho de 2021, quando foi identificado o ninho em que se ela encontra, até hoje, junto com os pais”, conta o professor Aureo.

Dentro da área da Estação Veracel foram identificados e são monitorados outros dois casais de harpias. Em abril do ano passado, foi possível capturar inclusive imagens extremamente raras da cópula de um desses casais. “Infelizmente, mesmo depois da cópula e da fêmea ter feito a postura e chocado o ovo, não houve o nascimento do filhote, o que pode ocorrer”, explica o professor Aureo. As harpias são monogâmicas, e o casal quase sempre usa o mesmo ninho para reprodução.

Informações: Radar 64

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