O Prefeito de Belmonte, Bebeto Gama, anunciou recentemente o início da construção de um portal com estrutura metálica e uma ciclovia na entrada da cidade, com a promessa de concluir as obras até o final do seu mandato em dezembro deste ano. Embora a administração defenda que a obra atende a um “grande anseio” da comunidade e contribuirá para a identidade visual do município, a destinação de recursos públicos para este projeto levanta questões sobre as prioridades da gestão municipal.
O valor total estimado para a obra é de quase R$ 724 mil, sendo R$ 503.592,26 destinados à construção da ciclovia, e R$ 219.777,29 para a estrutura metálica do portal. Embora o custo seja expressivo, a gestão não divulgou o número exato de quilômetros da ciclovia que será construída, deixando uma série de dúvidas sobre a real efetividade e necessidade do investimento. A crítica se concentra em um ponto central: Belmonte, como muitas cidades de porte similar, enfrenta desafios fundamentais nas áreas de saúde, educação e infraestrutura básica. A falta de investimentos concretos para resolver problemas urgentes de ordem pública, como a precariedade no atendimento médico, na educação de qualidade e na conservação das vias públicas, coloca em xeque a escolha do prefeito em investir em um projeto de grande visibilidade, mas que pode ser visto como um “cortina de fumaça” diante das necessidades reais da população.
A promessa de um portal metálico, que custará mais de R$ 219 mil, também gera questionamentos sobre a eficiência desse tipo de obra diante das dificuldades cotidianas enfrentadas pela população de Belmonte. Em tempos de crise fiscal, seria mais prudente aplicar esses recursos em áreas que impactam diretamente a qualidade de vida da população. Além disso, a construção de uma ciclovia, embora relevante em cidades com um perfil voltado para o turismo e com infraestrutura consolidada, pode parecer uma solução de curto alcance diante de um cenário onde a segurança pública, por exemplo, continua sendo um dos maiores problemas para os moradores. A falta de investimento em serviços essenciais como saúde pública e educação faz com que os belmontenses questionem se o portal e a ciclovia são, de fato, prioridades neste momento.
O Prefeito Bebeto Gama pode até argumentar que a obra visa dar um toque de modernidade à cidade, mas o grande dilema é: seriam esses os maiores problemas que a comunidade enfrenta atualmente? Ou seria este mais um exemplo de investimento de grande visibilidade, mas que não atende aos reais anseios da população, que clama por melhorias que vão além do embelezamento de sua entrada? A gestão de Bebeto Gama parece mais preocupada em deixar um legado estético do que em resolver as questões estruturais urgentes da cidade.